No alto do morro se via uma menina.As mãos em garra arranhavam o rosto e, como cera derretida, fragmentos de pele escorregavam de suas mãos. O desespero. Hadassa... O corpo que não se movia parecia ter sido costurado sobre o terreno lamacento. Descrença. No alto do morro espasmos sacudiam-lhe o corpo. O insano da mente, o grito sufocado. A respiração pesada, todo o peso do mundo em suas costas. A dor da perda, as obrigações de quem tem somente a si mesmo como consolo. E que consolo. Com a carta em mãos, a mesma que esclarecia tudo. O morro que era sua família, seu lar. O morro que era o ninho que envolvia tudo aquilo que era ela. Tudo aquilo que não mais existia. A carta... Que tipo de mente doentia...? O fim que chegara rápido demais.
No alto do morro se via a menina de nome Hadassa, que aos 12 anos chegava em casa do colégio. A porta entreaberta, o corpo no chão já sem vida. E a carta que dizia: Hadassa, o fim estava próximo e você nem sabia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário